segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Saudade de minha Mãe Iracy!!


Quando me vejo sozinho e percebo a vida que passou, lembro de minha mãe e a âncora que era na minha vida. Hoje me lembrei muito dela e das grandes frases e apoio constante que me oferecia!! Suas ligações e o conforto de sua voz...sabendo como eu estava sem ao menos trocarmos informações detalhadas. Que saudade daquela mulher forte, vitoriosa, sem subterfúgios (como ela mesma dizia), brincalhona, mãe, mulher, vaidosa... SAUDADES MÃE!!Eu chorei e estou chorando ao lembrar dos momentos de despedida, da última vez que lhe falei ao telefone e pude ouvir sua voz pela última vez: fraca, ponderada, saudosa e maternal!!! Que reconheçamos o espaço das nossas mães em nossas vidas e a alegria em ouvir suas vozes, não com os ouvidos, mas com nossos corações; Ofereço essas palavras a Iracy que eu pessoalmente conheci e que meu amor recebeu, onde estiver, olha por nós teu filhos amados!! TE AMO MÃE!!

sábado, 29 de agosto de 2009

A Música



Poucas coisas tocam-me com tamanha profundidade como a música. Não tenho como deixar de transcrever as palavras de Caetano Velloso na letra de sua canção, Genipapo Absoluto, na qual descreve "CANTAR É MAIS DO QUE LEMBRAR, É MAIS DO QUE TER TIDO AQUILO ENTÃO, MAIS DO QUE VIVER, DO QUE SONHAR É TER O CORAÇÃO DAQUILO!". Assim, algumas músicas da MPB (estilo que mais gosto) trazem em suas letras profundezas da alma do compositor e a manifestação de seus sentimentos vividos e traduzidos em palavras que, combinadas com as notas musicais, permitem-nos vislumbrar a delícia de uma canção e/ou música!!


Desse modo, trago a letra da música AÇAÍ de Djavan que para mim é umas das mais perfeitas músicas da MPB, criada por este grande compositor e cantor. Ele descreve e faz associações de seus sentimentos com a própria natureza de forma espetacular; a melodia é divina e faz-nos pensar não só no amor, mas naquilo que nos faz felizes...coisas simples como a "branca é a tez da manhã". Delicie-se com a letra cantada pelo próprio Djavan. A vida é bela!!






AÇAÍ



Solidão de manhã, poeira tomando assento


Rajada de vento, som de assombração, coração


Sangrando toda palavra sã


A paixão puro afã, místico clã de sereia


Castelo de areia, ira de tubarão, ilusão


O sol brilha por sí


Açaí, guardiã


Zum de bezouro um imã


Branca é a tez da manhã

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

MOMENTOS


Uma semana que não escrevo no blog!! Momentos de reflexão e aprendizado... a vida num vai e vem constante!! A descoberta de um novo eu... esperançoso, cuidadoso, vivo, UM!! O encontro de almas que buscam o conhecido no desconhecido, a felicidade na esperança de um grande encontro e uma troca de experiêcias e sensações nunca antes percebidas, quiça imaginadas!! Fico feliz por saber que existe alegria na solidão desesperançosa de talvez perceber-se só e querer mudar a direção da rota "marítima"de nossas vidas na qual somos nossos próprios comandantes e donos dos lemes da felicidade ou alegrias momentâneas!! Eu convido a todos que lerem essas palavras a refletirem sobre suas próprias vidas, rotas e para onde seus lemes estão lhe levando: felicidade ou para o "porto solidão"? Que nem o medo e muito menos a ignorância de nossa teimosia nos bloqueie e/ou nos cego para abrir nossos corações para a felicidade!! A VIDA É BELA!!

domingo, 16 de agosto de 2009

METADE



Hoje pela manhã, ao abrir meus email's recebi uma mensagem de minha irmã... e que mensagem maravilhosa!! Desejo partilhar com vocês a beleza expressa nas palavras de Oswaldo Montenegro, ao pensar em nós mesmos como seres divididos que buscam suas metades ou que não se mostram completamente e, mais ainda, por suas metades não serem contempladas!! A vida é bela!!









Metade




Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio.
Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade.
Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo.
Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço
Que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que eu penso mas a outra metade é um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste, e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.
Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso
Que eu me lembro ter dado na infância
Por que metade de mim é a lembrança do que fui
A outra metade eu não sei.
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço.
Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção.
E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também.




Oswaldo Montenegro.

sábado, 15 de agosto de 2009

CECÍLIA MEIRELES


Tenho a oportunidade de trazer à tona, considerações sobre a literatura brasileira e com isso, destacar alguns autores ao qual admiro e prezo, por sua capacidade de criação e sensibilidade. Assim, trago ao olhos do meu leitor, um pouco da história e a poesia de Cecília Meireles.

A poetisa nasceu 07/11/1901 e faleceu em 09/11/1964 na cidade do Rio de Janeiro, casou duas vezes e teve três filhas. Iniciou a escrever poesia aos 9 anos de idade e aos 16 anos, tornou-se professora pública, como aluna exemplar. Sua carreira literária inicia após dois anos com a publicação de sonetos simbolistas - Espectro (1919) -; escreveu vários sonetos, livros infantis e em 1939 recebe o prêmio de poesia da Academia Brasileira de Letras com a publicação de Viagem (mesmo ano).
Em suas próprias palavras, podemos verificar e também descobrir (acredito), a fonte de sua sensibilidade ao falar-nos de poesias com simplicidade e intensidade sobre temas como: vida, solidão, saudade, despedidas, eterno, efêmero, etc.:


"Nasci aqui mesmo no Rio de Janeiro, três meses depois da morte de meu pai, e perdi minha mãe antes dos três anos. Essas e outras mortes ocorridas na família acarretaram muitos contratempos materiais, mas, ao mesmo tempo, me deram, desde pequenina, uma tal intimidade com a Morte que docemente aprendi essas relações entre o Efêmero e o Eterno.(...) Em toda a vida, nunca me esforcei por ganhar nem me espantei por perder. A noção ou o sentimento da transitoriedade de tudo é o fundamento mesmo da minha personalidade.(...) Minha infância de menina sozinha deu-me duas coisas que parecem negativas, e foram sempre positivas para mim: silêncio e solidão. Essa foi sempre a área de minha vida. Área mágica, onde os caleidoscópios inventaram fabulosos mundos geométricos, onde os relógios revelaram o segredo do seu mecanismo, e as bonecas o jogo do seu olhar. Mais tarde foi nessa área que os livros se abriram, e deixaram sair suas realidades e seus sonhos, em combinação tão harmoniosa que até hoje não compreendo como se possa estabelecer uma separação entre esses dois tempos de vida, unidos como os fios de um pano."


Desse modo, trago algumas de suas poesias que me comoveram e mostraram-me que a vida pode nos mostrar outros olhares e muitas oportunidades de aprender, conviver e crescer com as dificuldades e experiências da vida. Boa leitura e aprendizado com quem aprendeu desde cedo com a solidão e o silêncio!!


Tu Tens um Medo


Acabar.Não vês que acabas todo o dia.Que morres no amor.Na tristeza.Na dúvida.No desejo.Que te renovas todo dia.No amor.Na tristezaNa dúvida.No desejo.Que és sempre outro.Que és sempre o mesmo.Que morrerás por idades imensas.Até não teres medo de morrer.E então serás eterno.Não ames como os homens amam.Não ames com amor.Ama sem amor.Ama sem querer.Ama sem sentir.Ama como se fosses outro.Como se fosses amar.Sem esperar.Tão separado do que ama, em ti,Que não te inquieteSe o amor leva à felicidade,Se leva à morte,Se leva a algum destino.Se te leva.E se vai, ele mesmo...Não faças de tiUm sonho a realizar.Vai.Sem caminho marcado.Tu és o de todos os caminhos.Sê apenas uma presença.Invisível presença silenciosa.Todas as coisas esperam a luz,Sem dizerem que a esperam.Sem saberem que existe.Todas as coisas esperarão por ti,Sem te falarem.Sem lhes falares.Sê o que renunciaAltamente:Sem tristeza da tua renúncia!Sem orgulho da tua renúncia!Abre as tuas mãos sobre o infinito.E não deixes ficar de tiNem esse último gesto!O que tu viste amargo,Doloroso,Difícil,O que tu viste inútilFoi o que viram os teus olhosHumanos,Esquecidos...Enganados...No momento da tua renúnciaEstende sobre a vidaOs teus olhosE tu verás o que vias:Mas tu verás melhor...... E tudo que era efêmerose desfez. E ficaste só tu, que é eterno.




Noções


Entre mim e mim, há vastidões bastantespara a navegação dos meus desejos afligidos.Descem pela água minhas naves revestidas de espelhos.Cada lâmina arrisca um olhar, e investiga o elemento que a atinge.Mas, nesta aventura do sonho exposto à correnteza,só recolho o gosto infinito das respostas que não se encontram.Virei-me sobre a minha própria experiência, e contemplei-a. Minha virtude era esta errância por mares contraditórios,e este abandono para além da felicidade e da beleza. Ó meu Deus, isto é minha alma:qualquer coisa que flutua sobre este corpo efêmero e precário,como o vento largo do oceano sobre a areia passiva e inúmera...



A arte de ser feliz



Houve um tempo em que minha janela se abria sobre uma cidade que parecia ser feita de giz. Perto da janela havia um pequeno jardim quase seco. Era uma época de estiagem, de terra esfarelada, e o jardim parecia morto. Mas todas as manhãs vinha um pobre com um balde e, em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas. Não era uma regra: era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse. E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros e meu coração ficava completamente feliz. Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor. Outras vezes encontro nuvens espessas. Avisto crinças que vão para a escola. Pardais que pulam pelo muro. Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais. Borboletas brancas, duas a duas, como refelectidas no espelho do ar. Marimbondos que sempre me parecem personagens de Lope de Vega. Às vezes um galo canta. Às vezes um avião passa. Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino. E eu me sinto completamente feliz. Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas, que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem, outros que só existem diante das minhas janelas, e outros, finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.


Cecília Meireles

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

CURSO: O que causa o teu desejo? O desejo na clínica lacaniana


Olá pessoal!! Divulgo o curso que será oferecido pela amiga, psicanalista e Dra. em Literatura, Maria Leite na UFSC!! Segue abaixo todas informações. Vale a pena participar!!



CURSO:

O que causa o teu desejo?
O desejo na clínica lacaniana


Sabemos que a natureza última do desejo é da categoria do impossível, mas, sabemos também, que a nossa experiência cotidiana como sujeitos desejantes não acontece nesse nível. O lugar dos objetos do desejo é o campo das representações da realidade e dos objetos ditos reais. Nesse campo, não falamos o desejo, mas do desejo. Na vida cotidiana caminhamos em direção a objetos secundários que aparecem para a consciência como objetos possíveis cujo alcance depende pelo menos em parte de nossa ação voluntária, consciente.
Em Freud, a realidade e seu Princípio só se introduzem no campo do desejo a partir do fracasso da satisfação alucinatória através da qual o psiquismo da criança tenta contentar as demandas imediatistas e onipresentes do Princípio do Prazer. O fracasso, parcial, do Princípio do Prazer inaugura a um só tempo três instâncias para a psique: o tempo, a realidade e o sujeito. O sujeito, visto aqui, como uma instância psíquica que se diferencia do todo ao qual se achava unido imaginariamente e portador de um desejo, já que no espaço do Princípio do Prazer não se pode falar exatamente em desejo por causa da vinculação imediata entre a necessidade e a satisfação alucinatória. No mínimo, não se pode falar de permanência do desejo antes do fracasso do Princípio do Prazer. É a partir desse fracasso que o psiquismo desenvolve recursos para fazer a mediação necessária entre a pulsão e a satisfação parcial da pulsão: o que Freud chamou de Princípio de Realidade.
É só a partir daí que podemos dizer que todo sujeito é sujeito de um desejo, ou que, todo sujeito é sujeito porque é desejante. Já que sujeito e desejo são paridos desde o mesmo evento; o fracasso do Princípio do Prazer. Primeira experiência de corte na unidade imaginária mãe-criança, ou mundo-criança, ou, ainda, na unidade imaginária entre a necessidade e sua imediata satisfação.
Uma conseqüência da interpretação lacaniana sobre o estatuto da linguagem e de sua forma de ser no inconsciente é a reformulação da questão da realidade. A articulação lacaniana das relações entre princípio do prazer, princípio de realidade e pulsão de morte, põe em jogo a noção de realidade freudiana. E, redimensiona as operações do desejo e o lugar do analista na clínica.
Esse curso tem por objetivo perseguir os caminhos teóricos e as conseqüências clínicas desses vários momentos da noção de desejo no ensino de Lacan.


PROGRAMA:
1. A noção de desejo na teoria freudiana
(A interpretação dos Sonhos)
2. A leitura lacaniana do desejo hegeliano.
3. A lei institui o desejo.
(A influência de Santo Agostinho na leitura lacaniana do desejo)
4. O objeto a como causa de desejo.
(Seminário X – Cap. VIII)
5. Sinthoma: saber fazer com.
(As operações do desejo na segunda clínica lacaniana)

CRONOGRAMA:
Coordenação Marcos José Muller-Granzotto
Dia: Terça Feira
Horário: 16H30 as 18H00.
Sala: 317 - CFH
Lugar: Faculdade de Filosofia – UFSC
Ministrante:Maria Leite
Data: 18 de agosto a 27 de Outubro de 2009.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

RESENHA DO LIVRO: O METROSSEXUAL: UM GUIA DE ESTILO


FLOCKER, Michael. O metrossexual: guia de estilo: um manual para o homem moderno; tradução: Santiago Nazarian. – São Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2004.








Atualmente a problematização sobre gênero encontra-se em expansão e a questão da masculinidade (s) e possibilidades(s) de ser homem, tornou-se um dos focos de atenção nas discussões acadêmicas. Assim, surge o termo metrossexual, criado pelo jornalista Mark Simpson e mais recentemente o livro, Metrossexual: um guia de estilo para o homem moderno, escrito por Michael Flocker, comentarista e observador social, que trabalhou no mundo da moda, filmes, televisão e roteiros de viagens; escritor de livros sobre temas como: estilo, lazer e a obsessão por celebridades.
Tal livro constitui-se como um guia de descrição, estilo e comportamentos para os homens que pretendem conhecer e atualizarem-se na nova era apontada pelo autor, como a do homem metrossexual. Foi traduzido para o português por Santiago Nazarian pela editora, Planeta do Brasil, em 2004, do original, The metrosexual: guide to style: a handbook for the modern man – um dos livros mais vendidos nos Estados Unidos
Assim, a página inicial traz para o leitor a definição do termo metrossexual a fim de que este possa inteirar-se do conteúdo que se segue. Além disso, todos os onze capítulos do livro trazem na folha de rosto uma frase de algum personagem famoso - relacionado com o tema a ser apresentado em seguida -, também dicas, listas e/ou lembretes, tanto do que deverá ser seguido, quanto do que deverá ser rejeitado (denominado pelo autor como sim e não) além de uma conclusão ao final, como forma de fixação daquilo que foi exposto.
A introdução remete-nos a uma quebra da imagem do modelo hegemônico masculino através da frase do ator americano, Arnold Schwarzenegger – considerado um dos ícones da masculinidade -, o qual se autodenomina como rainha dos sapatos (item de preocupação feminina); entrementes, o autor mostra dessa maneira como os homens estão sintonizados com a masculinidade da época atual, trazendo o homem-pavão à tona; esclarece de forma sintetizada a descrição do ideal masculino e a redefinição deste ao longo da história, concernente aos trajes e adereços nas classes abastadas e menos favorecidas, remonta desde os tempos dos faraós até o século vinte e um, momento da nova criação de tal masculinidade; voltada principalmente para a sofisticação dos gostos, estilos e do conhecimento que os homens começam a ter de si mesmos. Também explicita a origem do termo metrossexual e a repercussão do mesmo na mídia americana. Finaliza assim o capítulo de modo irreverente, esperando que a leitura possa trazer uma atualização sobre esse novo homem e suas cuecas.
O capítulo seguinte descreve a etiqueta geral e algumas gafes cometidas por pessoas famosas que ficaram na história. Para que o leitor não possa cometer as mesmas gafes, o autor, Michael Flocker, ilustra como o leitor deverá se portar nas festas formais, maneiras à mesa e em coquetéis, como lidar com beijo no rosto, gorjetas e como ser um cavalheiro exemplar. Não somente isso, mas também etiqueta nas viagens, os dez melhores destinos dos metrossexuais e o porquê da escolha desses destinos, com suas vantagens e particularidades, além de expressões a serem conhecidas em qualquer idioma.
Nos outros capítulos, o autor faz um detalhamento das ocasiões supracitadas e orienta com estilo o homem moderno. Com relação aos vinhos e coquetéis, cita as três categorias básicas dos vinhos, os tipos de vinhos brancos e tintos mais comuns, o cardápio para acompanhamento e a maneira correta de pedi-los, para não cometer erros. Referente aos coquetéis, o autor lista os tipos de uísques, bourbons, martinís, gins, vodcas, os drinques mais comuns e as mensagens que cada um deles transmite em sua escolha. Contudo, guia o comportamento no jantar fora, indicando como fazer as reservas, escolhas de molhos, dirigir-se ao garçom e um glossário de pratos italianos e franceses a fim nortear aqueles que temem ler um cardápio escrito em outra língua para que possam fazer a opção correta; de igual maneira lista o comportamento em um jantar em casa e os ingredientes a serem utilizados na cozinha para tal situação.
Além de comportamentos, Flocker acrescenta à lista, conhecimentos que considera importantes para um metrossexual, como por exemplo, a arte. Para tanto, inicia definindo o que é arte e descontrai o leitor informando-o não precisa ser um estudioso para contemplar a arte, mas que é importante entender um pouco dela para que esta torne-se interessante. Assim, traz um resumo das eras da arte (pintura e escultura - de maneira simples), suas influências e seus principais representantes, bem como suas biografias escrita de modo pormenorizado. Ressalta ainda que tais conhecimentos inspirarão o leitor a expandir a habilidade e criatividade, sem que necessariamente deva produzir uma obra de arte, mas que tenha como objetivo o desenvolvimento do potencial e horizontes. Soma-se a isso tudo, conhecimento em outras áreas como músicas, livros e filmes, pois segundo o autor a variedade destes, pode influenciar consideravelmente a interpretação individual e manter o metrossexual informado e apto para conversas no dia a dia.

No tocante à música, desestimula o leitor a apegar-se a modismos, pois isso permitirá experimentar novos estilos musicais e acrescenta uma lista de quinze discos que devem ser adquiridos; de igual maneira lista quinze filmes que devem fazer parte da coleção do metrossexual, os ícones e os quinze livros de cabeceira.
O autor privilegia três capítulos sobre os cuidados e prioridades, quanto ao corpo e à moda – preocupações de suma importância do homem metrossexual. O primeiro deles diz respeito à moda, funções da mesma, preocupações que o homem deve ter com relação aos acessórios da masculinidade como sapatos, relógios e cintos, o que segundo ele, dizem muito sobre os homens. Informa assim o jeito certo de fazer as combinações, aquilo que não deve ser pensado em fazer, cores e suas mensagens subliminares, além de uma lista com as dez peças consideradas essenciais num guarda-roupa do metrossexual; destaca ainda as principais grifes e suas especialidades; os tipos de sapatos e a ocasião correta para usá-los.

Quanto ao trato no visual, esclarece a diferença entre a vaidade excessiva e a razoável, pois esta última indica auto-respeito e autoconhecimento; sendo assim, esclarece aos leitores a respeito da infinidade de produtos disponíveis para a modelação de cortes e/ou penteados e ainda oferece dez dicas de como deixar o cabelo melhor; revela ainda que grande parte dos homem esquece dos cuidados com a pele, indicando os passos para a rotina diária, faz referencia ao bronzeado e melhores opções de produtos de beleza para a mesma. Refere-se também a outras partes que merecem cuidados especiais, tais como mãos e pés, olhos – evitar as bolsas-, barba e bigode, sobrancelhas, nariz, partes íntimas e etc. Finalmente quanto ao corpo, inicia explicando que o tipo físico malhado e musculoso, foi substituído por um corpo magro, mas definido e para tanto, aponta as três áreas que merecem atenção especial, além de exercícios que podem auxiliar na definição e manutenção desse tipo físico, principalmente nas partes citadas; entretanto, indica outras formas de cuidados com o corpo e suas variedades como massagens e os exercícios internos, como importantes formas de alcançar a paz e tranqüilidade no atual mundo agitado.
Nos três últimos capítulos, o autor atenta para as questões: sexo e romance, no qual declara serem importantes para o metrossexual, boas e más atitudes nas paqueras, encontros, paqueras, sedução e na sua própria sexualidade (incluindo preocupações com os órgãos genitais) e a observação das reações das parceiras sexuais durante o ato sexual; nesse tocante o autor faz uma indicação quanto à diversidade e possibilidades sexuais e de flertes, tanto como mulheres, quanto com homens -, a que o metrossexual tem à sua disposição. Entretanto, o discurso é totalmente voltado para a masculinidade heterossexual, visivelmente presente nas indicações dos encontros, paqueras e sexo, pois este não faz nenhum tipo de referência com relação a contatos e preocupações homo e/ou bissexuais. Acusa ainda a necessidade de atentar para os cuidados com a casa, pois esta também reflete o estilo do metrossexual; por isso, indica estilos para a mobília, paredes, iluminação, toques para utilizar bem o espaço e a maneira de efetuar a limpeza.

Finalmente no último capítulo, incorporando o metrossexual, define as atitudes do metrossexual como otimista e realista com a variedade de escolhas; sempre buscando as melhores opções disponíveis; além do humor e suas regras, mente aberta para as situações/estilos de vida diferentes, precavendo-se dos preconceitos; também a confiança em si mesmo (atitude valorizada por Flocker), e reconhecimento dos seus pontos fortes e fracos. Mais do que guiar, o autor finaliza com uma mensagem de encorajamento para tomar as decisões corretas na vida e que as decisões erradas tomadas pelo metrossexual – e nesse ponto volta seu discurso também para o leitor -, e independente do passado e obstáculos, a opção por uma melhor qualidade de vida depende da atitude do sujeito.
O livro em questão não possui um cunho científico, sendo assim de fácil entendimento; pode ser considerado um guia de bolso - com uma pincelada de auto-ajuda -, para ser constantemente pesquisado por aqueles que desejam melhor conhecer o perfil desse novo homem, definição e desejos, seu jeito de ser/viver para torná-lo um nicho de mercado a ser conquistado ou quiçá segui-lo. O autor se utiliza de uma linguagem divertida e descontraída, com muito bom humor - aspecto anteriormente apontado como integrante da atitude do metrossexual. Consegue de modo simples, orientar o leitor através de dicas sobre os comportamentos do homem metrossexual e amplia o conceito do termo, não somente voltado para a aparência física e moda, mas também a importância de adquirir conhecimentos sobre arte, música, cinema, etc, como parte integrante daqueles que adotaram o estilo metrossexual e para aqueles que desejam fazê-lo.

REFERÊNCIAS:




FLOCKER, Michael. O metrossexual: guia de estilo: um manual para o homem moderno; tradução: Santiago Nazarian. – São Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2004.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

IMPRESSIONISMO




Não sou um estudioso de arte, mas gosto de aprender sobre os movimentos e as grandes mudanças que aconteceram na história da arte e suas influências. Pensar nos grandes pintores que influenciaram e continuam influenciando nossos artistas atuais, sempre me levou a refletir a respeito da grande ousadia em suas atitudes; assim estes questionaram uma determinada técnica e investiram numa nova possibilidade de expressar e/ou mostrar a natureza ou objetos. Dentre esses movimentos que admiro e desejo expor, está o impressionismo. Assim, de modo resumido, pode-se definí-lo como um movimento artístico que surgiu na pintura européia no século XIX; o nome foi derivado da obra Impressão, nascer do sol (1874) de Claude Monet - considerado um dos grandes expoentes do mesmo-, assim denominado pelo crítico de arte Louis Leroy como forma de menosprezar a pintura vista por ele, que não seguia os padrões descritos pla pintura realista. Entretanto, a origem do impressionismo e seu novo modo de pintor é de autoria de Manet, ao abandonar a suavidade do método acadêmico e utilizar cores vibrantes e luminosas. Houve assim, um abandono do interesse em retratar a realidade fielmente e em assuntos religiosos, mas em ver a obra em si mesma, motivados pela invenção da fotografia que já copiava a natureza de forma exata. Com isso, os elementos luz e o movimento percebido nas pinceladas configuraram-se como fundamentais para a obra impressionista, pois seus quadros eram pintados ao ar livre, captando as coisas simples da vida, como por exemplo: o reflexo das águas, fumaça de trem, etc. Como forma de expressar a intensa preocupação com a luz e seus efeitos, sem necessariamente repetir, Claude Monet pintou algumas paisagens em vários momentos do dia, como a Catedral de Rouen, para assim reproduzir a incidência da luz sobre a mesma.


Desse modo, como características do impressionismo, podemos destacar:

-A pintura deve mostrar as tonalidades que os objetos adquirem ao refletir a luz do sol num determinado momento, pois as cores da natureza mudam constantemente, dependendo da incidência da luz do sol;
-É também com isto uma pintura instantânea (captar o momento), recorrendo, inclusivamente à fotografia;
-As figuras não devem ter contornos nítidos pois o desenho deixa de ser o principal meio estrutural do quadro passando a ser a mancha/cor;
-As sombras devem ser luminosas e coloridas, tal como é a impressão visual que nos causam. O preto jamais é usado em uma obra impressionista plena;
-Os contrastes de luz e sombra devem ser obtidos de acordo com a lei das cores complementares. Assim um amarelo próximo a um violeta produz um efeito mais real do que um claro-escuro muito utilizado pelos academicistas no passado. Essa orientação viria dar mais tarde origem ao pontilhismo;
-As cores e tonalidades não devem ser obtidas pela mistura das tintas na paleta do pintor. Pelo contrário, devem ser puras e dissociadas no quadro em pequenas pinceladas. É o observador que, ao admirar a pintura, combina as várias cores, obtendo o resultado final. A mistura deixa, portanto, de ser técnica para se tornar óptica;
-Preferência pelos pintores em representar uma natureza morta do que um objeto.


Fonte: Sites - Wikipédia, UOL Educação.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

QUE ME DIZEM...?


Que me dizem seus olhos?

O doce olhar e a oscilação entre o azul, verde e o cinza...

O olhar que não esconde o desejo, o sentimento, a saudade!!

Encontram-se com os meus, negros... profundos? Não para você que mergulhou com propriedade e intensidade

Desnudou o véu de minha fortaleza e descobriu na simplicidade de minhas próprias cores...

Únicas, intensas, vivas... a completude da incompletude!

A busca pela cor faltante que as tintas da vida não puderam traduzir ou alcançar o tom...

Mas gritar, suplicar ao corpo que emprestou-se ao mundo visível e, invisível de compreensão e conhecimentos compartilhados a verdadeira cor...

Que me diz seu corpo?

Branco, macio...

Seria um cheiro de criança ou a percepção do meu renascimento?

O toque, o abraço, o beijo

O sexo intenso, desejante, ofegante...sem limites

O meu corpo imediatamente responde, corresponde.. abre-se para esse universo maravilhosamente singular

Agora, o que eu te digo?

Amor, saudade, falta... mas alegre por ter partilhado e vivido!!!

Aurivar Fernandes Filho (11/08/2009)

Aprendendo...


Do lugar onde estou consigo ver duas crianças, que entres as cores do outono descobrem as maravilhas da vida e a simplicidade das últimas folhas pendentes

Esse despertar para a natureza através do toque das mãos, pelo olhar, pelo cheiro... simplesmente me toca, emociona-me...

Causa-me um estranhamento sobre a vida,

Do que vivi, do que aprendi, do que senti

Mas ao mesmo tempo, uma projeção para o que tenho despertado, sido tocado, olhado e até os cheiros que tenho apreciado

A vida através do vento solitário, do nascer e pôr-do-sol a cada dia

Dos constantes e incansáveis pensamentos...

Ora de amor, ora de dor

Ora de saudade, ora de um passado e um presente real

Me ensinam que eu e aquelas crianças somos iguais...

Caminhando para o aprendizado da simplicidade escondida por detrás da dor, da busca incessante

Que a cegueira da maturidade impossibilita de enxergar o belo nas mínimas coisas (como as cores das folhas)

E principalmente na solidão do descobrir sozinho...sem você!!



Aurivar Fernandes Filho (2009)

Meus poemas...


Às vezes tenho a sensação de ser tomado por uma necessidade de externar momentos especiais. Estes, muitas vezes são difíceis de ser explicados por minhas próprias palavras faladas; porém, como que tomado por uma "força", sinto a necessidade de escrever e poder expressá-lo, pois toma conta de mim a sensação de emprestar meus próprios sentimentos para o universo e para a vida. As palavras que antes partilhava com poucos, ou mesmo com aqueles a quem eu dirigia meus poemas, serão agora dividas com aqueles que visitarem meu blog e espero que possam servir de incentivo e conforto em sua própria vida e experiências. Para mim, escrever... significar exteriorizar a alma de quem escreve, clarificar a vida, os sentimentos, o eu... apaziguar os conflitos, as dores, abrir possibilidades de vida e novos horizontes!! Assim, hoje, deixarei dois poemas que me tomaram sobremaneira e me fizeram refletir sobre minhas própria vida e o momento no qual estava passando!! A vida é bela!!

Início


Estou tendo a oportunidade de degustar o livro "Perdas e Ganhos" da escritora gaúcha Lya Luft e, com isso, aprendendo e refletindo mais sobre a vida, esperança e sonhos (o qual recomendo a todos por se tratar de uma conversa entre leitor e escritor e pelas palavras confortantes e cheias de vida). Como início da experiência em poder e desejar compartilhar a beleza da vida por meio das palavras que aqui serão deixadas, tomo como ponto de partida uma parábola do referido livro que no ensina principalmente a respeito de nossas próprias vidas e do que temos feito dela.

Segue a estória:


"O homem estava pegando as chaves do carro (a mulher já tinha saído para levar as crianças à escola) quando tocaram a campainha.

Vagamente irritado, pois já se atrasara bastante, ele abre a porta:

- Sim?

O rapaz alto e estranho, belo e feio, alto e baixo, negro e louro, faz um sinalzinho dobrando o indicador:

- Vim buscar você.

Não era preciso explicar, o homem entendeu na hora: o Anjo da Morte estava ali, e não havia como escapar. Mas, acostumado a negociações, mesmo perturbado ele rapidamente pensou que era cedo, cedo demais, e tentou argumentar:

- Mas, como, o quê?Agora, assim sem aviso sem nada? Nem um prazo decente?

O Anjo sorri, um sorriso bondoso e perverso, suspira e diz:

- Mas ninguém tem a originalidade de me receber com simpatia neste mundo, ninguém nunca está preparado? Está certo que você só tem 40 anos, mas mesmo os de 80 se recusam...

O homem agarrou mais firme a chave do carro, que afinal encontrara no bolso do paletó, e insistiu:

- Vem cá, me dá uma chance.

O Anjo teve pena, aquele grandalhão estava realmente apavorado. Ah, os humanos... Então teve um acesso de bondade e concedeu:

- Tudo bem. Eu te dou uma chance, se você me der três boas razões para não vir comigo desta vez.

(Passava um brilho malicioso nos olhos azuis e negros daquele Anjo?)

O homem aprumou-se, claro, ele sabia que ia dar certo, sempre fora bom negociador. Mas quando abriu a boca para começar sua ladainha de razões, muito mais que três, ah sim, o Anjo ergueu um dedo imperioso:

- Espera aí. Três boas razões, mas... não vale dizer que seus negócios precisam ser organizados, sua família não está garantida, sua mulher nem sabe assinar cheque, seus filhos nada sabem da realidade. O que interessa é você, você mesmo. Por que valeria a pena ainda te deixar por aqui algum tempo?" (Luft, 2003, p.54-55)

Com isso, faço a seguinte reflexão: o que temos feito conosco e, mais que isso, o que vale a pena hoje para você? Teríamos boas argumentações para dar ao Anjo? Assim, deixo com todos aqueles que porventura me concederem o privilégio de ler tais palavras, descobrir comigo a beleza da vida "e a delícia de ser o que é", como bem escreveu Caetano Velloso.